Por que mães e madrastas não estão exercendo a função que lhes foi destinada, ou seja, a de proteger a sua prole, ao invés disso deixam seus filhos e enteados desamparados, a sua própria sorte, ou pior levando-os muitas vezes para a morte, quando elas próprias não os matam.
O que existe por trás disso? O que não deu certo para mãe e madrasta da Isabella? E agora para a mãe de Cara Marie Burke? Por que essas mães não conseguiram evitar a morte de suas filhas? Que papel é esse que as genitoras designaram para as filhas? Será que o que existe nessas mães e madrastas é uma pitada de maldade e perversidade mesmo que inconscientes? É isso que nós vamos discutir nesse blog a partir de agora na Maldade Feminina.
Bruxa, madrasta, viúva-negra, messalina, cascavel, megera. O mito da maldade feminina resiste aos tempos e sempre assustou mais que os atos perversos masculinos. A mulher representa o mistério da criação - para os cristãos, uma missão tão sagrada que a Virgem Maria teria sido mãe sem macular seu currículo com uma relação sexual. A idéia de uma mulher, mãe em potencial, cometer um crime ainda é, para muitos, uma aberração. As mulheres hoje têm uma trajetória recheada de múltiplos assassinatos, tortura, traição, perseguições, e o pior de todos os crimes – o infanticídio.
Antinatural ou não, a ficção está lotada de vilãs assustadoras, definitivamente mais marcantes que os homens. Elas povoam os contos de fadas, novelas e clássicos do cinema. As madrastas de Branca de Neve e Cinderela são ícones dessa idéia: aquelas que deveriam estar no lugar da mãe, mas, ao contrário, são perversas e competitivas com suas pobres enteadas. Isso ocorre na vida real e aconteceu com a madrasta da menina Isabella, Anna Carolina Jatobá. A madrasta da Branca de Neve, linda de um lado e bruxa do outro, é um símbolo fortíssimo desse poder de vida e morte da mulher, essa matriz da humanidade. A associação de beleza e crueldade é parte do mito da maldade feminina. O poder sexual da mulher sempre foi temido através dos tempos. Não à toa que os padres queimaram tantas ditas bruxas na Inquisição, chamo a atenção para os atributos físicos de muitas das mulheres perversas da História do Brasil. Ana Jansen, a chamada Rainha do Maranhão no século XIX, brigou por poder e amor, teve muitos amantes e, diz a lenda, era lindíssima. A rainha Carlota Joaquina, mãe do príncipe Dom Pedro I, não era bonita, mas entrou para a História como ninfomaníaca. Ela misturava a batalha pelo poder com a briga por seus amores. O cinema institucionalizou a bela má: Glenn Close, em Atração Fatal, transformava-se de amante sensual em personagem digna de filme de terror. Não há como negar que a Mulher-Gato, inimiga do paladino Batman, sempre confundiu os sentimentos do super-herói. O mesmo com a loura Sharon Stone, de Instinto Selvagem: sexo com ela sempre poderia terminar com um furador de gelo nas costas.
No rol das perversas nacionais lembro casos contemporâneos, como Neyde, a Fera da Penha, bairro da zona norte do Rio, que na década de 50 matou a filha de seu amante, de 4 anos, como vingança. Mais recentemente, ficou no imaginário popular Paula Thomaz, cúmplice do assassinato da atriz Daniella Perez. Paula traz uma ambigüidade em seu ato, por cometer um crime grávida de quatro meses, e com apenas 19 anos. O motivo: ciúme do marido, Guilherme de Pádua, que contracenava com a vítima na TV. O espaço feminino sempre foi o da casa, do amor, da família. Talvez por isso seus crimes freqüentemente sejam realizados no espaço aonde ela passa a maior parte do tempo, o da casa. Mas é fato que a mulher também gosta do poder, apenas não tem tanta oportunidade de exercê-lo como os homens. As vilãs são sempre as mais odiadas. As más enfeitiçam as platéias, são a mola propulsora da trama, mais que as mocinhas. Há até novelas que têm mais de uma malvada, como foi Vale Tudo (1988), com Odete Roitman (Beatriz Segall) e sua aprendiz, Maria de Fátima (Glória Pires). Em Celebridade, o autor, Gilberto Braga, recebeu pedidos para não matar a vilã Laura, a Cachorra, vivida por Claudia Abreu, que passou de delicada a psicopata.
Na linhagem de malvadas, umas acabam inspirando outras. A vida real também entra nessa teia de influências: Nazaré (Renata Sorrah), de Senhora do Destino, é a cara de Vilma Costa, que foi presa por ter seqüestrado crianças e as criado como suas. Mas a Nazaré também tinha um quê de madrasta da Branca de Neve, vaidosíssima, sempre se olhando no espelho.
Mulher no dicionário: mãe, amante, amiga e companheira, mais ela pode também transformar-se em má e perversa, e aí pode cometer as maiores atrocidades.
O que existe por trás disso? O que não deu certo para mãe e madrasta da Isabella? E agora para a mãe de Cara Marie Burke? Por que essas mães não conseguiram evitar a morte de suas filhas? Que papel é esse que as genitoras designaram para as filhas? Será que o que existe nessas mães e madrastas é uma pitada de maldade e perversidade mesmo que inconscientes? É isso que nós vamos discutir nesse blog a partir de agora na Maldade Feminina.
Bruxa, madrasta, viúva-negra, messalina, cascavel, megera. O mito da maldade feminina resiste aos tempos e sempre assustou mais que os atos perversos masculinos. A mulher representa o mistério da criação - para os cristãos, uma missão tão sagrada que a Virgem Maria teria sido mãe sem macular seu currículo com uma relação sexual. A idéia de uma mulher, mãe em potencial, cometer um crime ainda é, para muitos, uma aberração. As mulheres hoje têm uma trajetória recheada de múltiplos assassinatos, tortura, traição, perseguições, e o pior de todos os crimes – o infanticídio.
Antinatural ou não, a ficção está lotada de vilãs assustadoras, definitivamente mais marcantes que os homens. Elas povoam os contos de fadas, novelas e clássicos do cinema. As madrastas de Branca de Neve e Cinderela são ícones dessa idéia: aquelas que deveriam estar no lugar da mãe, mas, ao contrário, são perversas e competitivas com suas pobres enteadas. Isso ocorre na vida real e aconteceu com a madrasta da menina Isabella, Anna Carolina Jatobá. A madrasta da Branca de Neve, linda de um lado e bruxa do outro, é um símbolo fortíssimo desse poder de vida e morte da mulher, essa matriz da humanidade. A associação de beleza e crueldade é parte do mito da maldade feminina. O poder sexual da mulher sempre foi temido através dos tempos. Não à toa que os padres queimaram tantas ditas bruxas na Inquisição, chamo a atenção para os atributos físicos de muitas das mulheres perversas da História do Brasil. Ana Jansen, a chamada Rainha do Maranhão no século XIX, brigou por poder e amor, teve muitos amantes e, diz a lenda, era lindíssima. A rainha Carlota Joaquina, mãe do príncipe Dom Pedro I, não era bonita, mas entrou para a História como ninfomaníaca. Ela misturava a batalha pelo poder com a briga por seus amores. O cinema institucionalizou a bela má: Glenn Close, em Atração Fatal, transformava-se de amante sensual em personagem digna de filme de terror. Não há como negar que a Mulher-Gato, inimiga do paladino Batman, sempre confundiu os sentimentos do super-herói. O mesmo com a loura Sharon Stone, de Instinto Selvagem: sexo com ela sempre poderia terminar com um furador de gelo nas costas.
No rol das perversas nacionais lembro casos contemporâneos, como Neyde, a Fera da Penha, bairro da zona norte do Rio, que na década de 50 matou a filha de seu amante, de 4 anos, como vingança. Mais recentemente, ficou no imaginário popular Paula Thomaz, cúmplice do assassinato da atriz Daniella Perez. Paula traz uma ambigüidade em seu ato, por cometer um crime grávida de quatro meses, e com apenas 19 anos. O motivo: ciúme do marido, Guilherme de Pádua, que contracenava com a vítima na TV. O espaço feminino sempre foi o da casa, do amor, da família. Talvez por isso seus crimes freqüentemente sejam realizados no espaço aonde ela passa a maior parte do tempo, o da casa. Mas é fato que a mulher também gosta do poder, apenas não tem tanta oportunidade de exercê-lo como os homens. As vilãs são sempre as mais odiadas. As más enfeitiçam as platéias, são a mola propulsora da trama, mais que as mocinhas. Há até novelas que têm mais de uma malvada, como foi Vale Tudo (1988), com Odete Roitman (Beatriz Segall) e sua aprendiz, Maria de Fátima (Glória Pires). Em Celebridade, o autor, Gilberto Braga, recebeu pedidos para não matar a vilã Laura, a Cachorra, vivida por Claudia Abreu, que passou de delicada a psicopata.
Na linhagem de malvadas, umas acabam inspirando outras. A vida real também entra nessa teia de influências: Nazaré (Renata Sorrah), de Senhora do Destino, é a cara de Vilma Costa, que foi presa por ter seqüestrado crianças e as criado como suas. Mas a Nazaré também tinha um quê de madrasta da Branca de Neve, vaidosíssima, sempre se olhando no espelho.
Mulher no dicionário: mãe, amante, amiga e companheira, mais ela pode também transformar-se em má e perversa, e aí pode cometer as maiores atrocidades.
Ah... A perversidade feminina não tem fim...
Um comentário:
Finalmente uma pessoa que entenda do assunto para esclarecer nossas dúvidas através do Blog...
Parabéns Vera!!!
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